Rússia vai combater terroristas até sua ‘eliminação total’, diz Putin

Ataques terroristas em Volgogrado deixaram pelo menos 34 mortos.
Atentados geram preocupação sobre segurança da Olimpíada de Inverno.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira (31) que seu país vai lutar contra os “terroristas” até sua “eliminação total”.

A declaração foi feita após dois ataques terroristas que deixaram pelo menos 34 mortos na cidade de Volgogrado e que provocou preocupação em relação à segurança das Olímpiadas de Inverno de Sochi.

“Queridos amigos, nos inclinamos diante das vítimas dos terríveis atentados”, disse em discurso pelo Ano Novo na cidade de Jabarovsk, no extremo-oriente. “Estou seguro de que vamos continuar com força e sem pausa a luta contra os terroristas até sua eliminação total.”

Curiosamente, o discurso de Ano Novo de Putin foi difundido antes nas regiões mais afastadas, como Magadan e Kamtchatka, e não mencionava os atentados realizados no domingo e na segunda-feira em Volgogrado.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, explicou que Putin rompeu com uma longa tradição ao pronunciar dois discursos diferentes.

Vítimas
Volgogrado começou a enterrar os mortos do atentado de domingo na principal estação de trens da cidade, atribuído pelas autoridades a uma mulher-bomba procedente da região do Daguestão, no Cáucaso Norte.

O Kremlin ordenou na segunda-feira ao serviço antiterrorista um reforço da segurança depois da explosão de um ônibus elétrico, menos de 24 horas depois do atentado na estação central de Volgogrado, a antiga Stalingrado.

As duas explosões, não reivindicadas, foram atribuídas a suicidas e os investigadores apontaram semelhanças entre os explosivos utilizados, dando força à tese de ataques coordenados.

Sem festa em Volgogrado
O Ano Novo é a celebração mais popular na Rússia e o início do período de festas marcado pelo Natal ortodoxo.

Milhares de pessoas se reunirão na Praça Vermelha, ao lado do Kremlin, na noite de 31 de dezembro, com medidas de segurança reforçadas, como o aumento das operações nas estradas e a presença de cães farejadores em locais públicos.

Em São Petersburgo, a segunda maior cidade do país, as autoridades decidiram cancelar a queima de fogos de artifício depois dos atentados.

Na cidade de Volgogrado, em estado de alerta, foram canceladas todas as festividades por decisão da comissão antiterrorista, enquanto as autoridades da cidade pediram aos moradores que não usem fogos de artifício.

Mais de 4.000 policiais e oficiais das forças especiais foram mobilizados na cidade, onde 90 pessoas foram interrogadas, segundo a agência oficial Itar-Tass.

Alexander Bortnikov, diretor do serviço secreto, pediu a compreensão dos moradores para as “medidas necessárias”

Para analistas, os atentados pretendem criar um clima de terror no país antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi (7 a 23 de fevereiro).

O líder da rebelião islamita, Doku Umarov, pediu em julho que seus simpatizantes impedissem “por todos os meios” as Olimpíadas.

O governo dos Estados Unidos ofereceu ajuda a Moscou para reforçar a segurança do evento esportivo, anunciado como um dos mais caros da história com um orçamento de de US$ 50 bilhões

A Rússia não respondeu à proposta de Washington, mas o Kremlin informou que Putin enviou uma mensagem de Ano Novo ao presidente Barack Obama, na qual destaca a intenção de Moscou de “seguir participando no diálogo construtivo e no fortalecimento da confiança e da compreensão” entre os dois países.

Do G1

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