Satélites avistam objetos que podem ser de avião sumido, diz Austrália
Primeiro-ministro Tony Abbot deu informação ao Parlamento australiano.
Quatro aeronaves foram à região apontada por satélites.
O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbot, disse nesta quinta-feira (20) que satélites avistaram no sul do Oceano Índico dois objetos que podem estar relacionados ao Boeing da Malaysia Airlines, cujo voo MH-370 desapareceu em 8 de março, com 239 a bordo, no trajeto entre Kuala Lumpur, na Malásia, e Pequim, na China. Um dos objetos teria cerca de 24 metros.
“A Autoridade Australiana de Segurança Marítima (AMSA, na sigla em inglês) recebeu informações baseadas em dados de satélites, sobre objetos que poderiam estar relacionados com a busca”, disse Abbot no Parlamento australiano.
De acordo com o primeiro-ministro, os objetos estariam ao sul do Oceano Índico, a cerca de 2.300 km da costa da cidade de Perth, onde o tempo não está bom no momento. “Ao analisarmos as imagens de satélite identificamos dois objetos possivelmente relacionados com as buscas”, disse.
O chefe de governo do país da Oceania acrescentou que a tarefa é “extremamente difícil” e pode ser que a nova descoberta não tenha relação alguma com o avião, como já ocorreu anteriormente.
Horas depois do anúncio, o navio de carga norueguês Hoegh St. Petersburg chegou à área onde os objetos foram avistados.
Após o anúncio, o governo da Malásia afirmou que a localização dos objetos é um “indício crível” que pode levar ao avião, mas que ainda precisa ser confirmado. Enquanto isso não ocorre, as buscas em outras áreas foram mantidas. “Até que tenhamos a certeza de que localizamos o MH370, as operações continuarão nos dois corredores”, declarou o ministro dos Transportes, Hishammuddin Hussein.
“Os objetos são relativamente leves. São objetos de certo tamanho, mas que flutuam de forma intermitente. O maior tem 24 metros. O outro é menor”, disse John Young, gerente geral de emergências da AMSA.
Com todos os recursos possíveis utilizados nas buscas, Young afirmou que a prioridade é localizar os destroços, confirmar que se são do voo MH370, recuperá-los e trazê-los ao continente.
“Continuaremos até que o encontremos ou saibamos que é impossível achá-lo”, acrescentou o funcionário australiano, mas também insistiu que as imagens captadas pelos satélites nem sempre têm relação com o que se procura.
Ao menos quatro aeronaves australianas foram para região apontadas pelos satélites. O premiê afirmou que vem informando China e Malásia sobre os passos da operação.
As operações ao sul do Oceano Índico, em uma área de 600.00 km², são lideradas pela Austrália, mas também participam equipes dos Estados Unidos e da Nova Zelândia.
Ao mesmo tempo, uma das equipes de busca que está sobrevoando o Oceano Índico em busca do avião disse que seu radar captou algo de “tamanho significante” sobre a água, informou a emissora “ABC”.
O governo da Malásia acompanha o trabalho de busca. “Posso confirmar que temos uma nova pista”, disse o ministro dos Transportes, Hishammuddin Hussein, em Kuala Lumpur.
Abbot, porém, pediu para não haver conclusões precipitadas: “devemos ter em conta que o trabalho de encontrar estes objetos será muito complicado”, afirmou o premiê australiano.
As famílias dos passageiros e tripulação foram informadas sobre a descoberta. Apenas se for confirmado que os objetos faziam parte do avião os familiares serão enviados à Australia.
Sumiço
O Boeing 777-200 fazia o trajeto entre Kuala Lumpur e Pequim, com 239 pessoas a bordo – a maioria chineses – quando perdeu contato pelo rádio, na madrugada do dia 8 de março.
Segundo a investigação, após a perda de contato o avião ainda voou por várias horas, alterando direção e altitude.
As autoridades malaias consideram “intencionais” a desativação dos sistemas de comunicação do Boeing e a mudança radical de sua trajetória.
A alteração de rumo não aconteceu de modo manual, e sim por meio de um código de informática possivelmente programado por uma pessoa na cabine de comando graças ao Sistema de Gestão de Voo (FMS) utilizado pelos pilotos, confirmaram investigadores americanos citados pelo jornal New York Times.