Seleção brasileira de basquete perde invencibilidade para Austrália e é prata
Após um boicote de clubes e nove pedidos de dispensa (sete por “razões particulares” e dois por lesão), a seleção brasileira de basquete feminino entrou desacreditada para o Torneio Internacional, evento-teste para o Rio 2016. Com um elenco renovado, liderado por Érika, Iziane e Clarissa, o time comandado por Antonio Carlos Barbosa fez uma boa campanha na Arena Carioca 1, palco olímpico, se despedindo da competição com a medalha de prata. Depois de vencer a Venezuela e a Argentina, a equipe perdeu a invencibilidade ao cair diante da Austrália, neste domingo, por 77 a 67 .Campeãs mundiais em 2006 e medalhistas de bronze em Londres 2012, as australianas foram ameaçadas apenas no terceiro quarto, quando as brasileiras imprimiram uma reação perigosa e diminuíram para dois pontos a diferença.
Em mais uma grande atuação, Érika de Souza, sem clube no momento, foi a cestinha da partida, com 20 pontos – a pivô ainda pegou oito rebotes. Pela segunda vez seguida, Clarissa anotou um duplo-duplo, com 18 pontos e 10 rebotes. Isabela Ramona (13 pontos e quatro rebotes) e Iziane (11 e 9 assistências) também foram destaques do Brasil. Pelo lado australiano, as maiores pontuadoras foram Leilani Mitchell (16), Susy Batkovic (15) e Cayla Marie Francis (12).
Embora tenham perdido das brasileiras em um amistoso, as australianas mostraram por que estão no topo do mundo há mais de uma década. A seleção brasileira entrou nervosa e cometeu muitos erros, abrindo espaço para as adversárias. Um dos destaques do Los Angeles Sparks na WNBA, Erin Phillips foi o cérebro da equipe e a responsável por criar a maioria das jogadas. Com um domínio do início ao fim da partida, uma forte marcação e pontaria afiada na linha dos três, elas fecharam o primeiro quarto com uma boa vantagem: 18 a 8. O jogo coletivo da Austrália fazia a diferença, com Rebecca Allen, Susy Batkovic, Leilani Mitchell e Cayla Francis afinadas. Frágil no garrafão, o Brasil demorou, mas reagiu no fim do segundo quarto. Ramona, Erika, Clarissa e Iziane puxaram a reação e foram ao intervalo a cinco pontos das rivais: 32 a 27.
O terceiro quarto foi o melhor para as brasileiras, que se reorganizaram e ficaram mais tranquilas em quadra. Uma cesta de três de Iziane incendiou a torcida e fez o Brasil encostar no placar: 48 a 46. As rivais voltaram a abrir uma boa diferença, mas Erika tratou de diminuir com um belo trabalho no garrafão: 54 a 52. A pivô de 1,97m eram uma das mais inspiradas em quadra. No estourar do cronômetro, Rebecca Allen acertou de longe e mostrou quem mandava no pedaço. No último quarto, as australianas, lideradas por Erin Phillips, retomaram o controle e sufocaram as brasileiras, evitando qualquer chance de recuperação. Assim, fecharam o placar com dez pontos de vantagem: 77 a 67.
Antes de brigar pelo título, o Brasil bateu a rival Argentina por 66 a 52. Na estreia, superou a Venezuela com um placar elástico: 112 a 41. Na preliminar, as argentinas atropelaram as venezuelanas por 83 a 38 e garantiram o bronze.
Uma das maiores potências do basquete feminino, a Austrália não sai do pódio das Olimpíadas desde os Jogos de Atlanta 1996. Medalhistas de bronze em Londres 2012, as australianas conquistaram a prata em Pequim 2008, Atenas 2004 e Sydney 2000. Só perderam para o Dream Team dos Estados Unidos, com a base formada pelas principais estrelas da WNBA, liga americana de basquete feminino.