STJ nega liberdade a suspeito de integrar máfia de ingressos da Copa
Raymond Whelan é suspeito de facilitar obtenção de bilhetes da Copa.
TJ do Rio negou liberdade ao executivo, e defesa recorreu ao STJ.
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Felix Fischer, negou nesta sexta-feira (18) pedido de liberdade feito pela defesa do executivo da Match Services Raymond Whelan, suspeito de integrar uma máfia internacional de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo. Conforme advogados de Whelan, um novo pedido deve ser apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A Match foi a única empresa autorizada pela Fifa para a venda de pacotes de ingressos e camarotes da Copa no Brasil, e Whelan é suspeito de ter facilitado a obtenção dos ingressos por parte de criminosos.
Nesta semana, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro havia negado soltura ao executivo, preso desde segunda (14) no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no Rio.
O CEO da Match havia sido detido no dia 7 de julho, mas obteve liberdade horas depois por decisão do plantão judiciário no Rio. Após ser solto, teve nova prisão decretada e ficou foragido por alguns dias. A defesa tentou no TJ nova libertação, mas não conseguiu e recorreu ao STJ, que também negou.
O processo foi distribuído para a ministra Maria Thereza de Assis Moura, mas, em razão do recesso do Judiciário, o presidente do STJ decidiu negar liminar (decisão provisória) de soltura.
O habeas corpus que pediu a liberdade foi assinado pelo advogado Ricardo Sidi Machado da Silva, da equipe de Fernando Fernandes, investigado por suspeita de ter facilitado a fuga do cliente.
No documento, a defesa pediu que fosse restabelecida a decisão do plantão do Rio que autorizou a liberdade e pleiteou que os decretos de prisão fossem suspensos até que o tribunal do Rio julgasse a questão em definitivo. O executivo sugeriu cumprir medidas alternativas, como entrega do passaporte, pagamento de fiança e comparecimento em juízo, mas o STJ entendem que a prisão deve ser mantida.
De acordo com a polícia, escutas telefônicas apontaram que o esquema ilegal era operado pelo argelino Mohamed Lamíne Fofana, que tinha como contato Raymond Whelan. Segundo as investigações, três empresas de turismo localizadas em Copacabana, interditadas por policiais, faziam contato com agências de turismo que traziam turistas ao país e vendiam ingressos acima do preço.
Eram ingressos VIPs, fornecidos como cortesia a patrocinadores, a Organizações Não Governamentais (ONGs) e também destinados à comissão técnica da Seleção Brasileira. Desde bilhetes de camarotes até entradas de assentos superiores.
Uma entrada para a final da Copa no Maracanã chegava a custar R$ 35 mil e a quadrilha chegava a faturar mais de R$ 1 milhão por jogo.