Taiwaneses protestam contra pacto comercial com a China
População lotou as ruas de Taipei pedindo ‘defesa da democracia’.
Segundo a polícia, cerca de 87 mil pessoas participaram da manifestação.
Dezenas de milhares de taiwaneses desfilaram neste domingo (30) pelas ruas de Taipei para convencer o presidente Ma Ying-jeou a retirar seu controverso acordo comercial com a China.
Os manifestantes levavam cartazes que pediam a “defesa da democracia” e a “retirada do pacto comercial sobre os serviços”. O ato foi feito na rua onde fica a sede da presidência do país, e foi acompanhada por cerca de 3.500 policiais.
Na última segunda-feira (24), as forças de segurança utilizaram canhões de água para dispersar os estudantes e outros opositores que invadiram a sede do governo alguns dias antes.
Os organizadores do protesto deste domingo esperavam levar centenas de milhares de pessoas às ruas. Uma primeira estimativa da polícia falava em 87.000 manifestantes.
“Não responderemos a uma ação violenta da polícia ou de outros grupos. Nos manteremos pacíficos. Toda forma de violência está proibida em nossa movimento”, declarou o líder dos estudantes, Lin Fei-fan.
Os manifestantes pedem que o acordo comercial sobre os serviços e todo o acordo ou negociação em andamento com a China sejam suspendidos até que uma lei que examinaria de perto tais acordos sejam aprovada.
Esse tratado com a China, primeiro parceiro comercial com a ilha, ocorre no marco do acordo sino-taiwanês de cooperação econômica firmado em 2010.
O acordo prevê a abertura às empresas taiwanesas de 80 setores dos serviços na China e de 64 setores taiwaneses às empresas chinesas.
Para os opositores, o texto irá prejudicar a economia taiwanesa e a deixará mais vulnerável às pressões políticas de Pequim.
O presidente Ma Ying-jeou nega as acusações e lembra que um fracasso na ratificação comprometeria os esforços de Taiwan em concluir novos acordos comerciais.
O presidente, que desde sua chegada ao poder em 2008 trabalha por uma aproximação da ilha com a China, desconsiderou a demanda dos manifestantes de cancelar o pacto comercial. Mas concordou, no sábado, com a introdução de uma lei para examinar todos os acordos China.