Temer deveria afastar já ministros investigados na Lava Jato, defendem líderes do Congresso
Do Congresso em Foco
O presidente Michel Temer deveria afastar imediatamente os oito ministros sob investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) em decorrência da Operação Lava Jato. Essa é a posição defendida por 57% das principais lideranças do Congresso Nacional. Apenas 16% acreditam que o presidente está correto na decisão de não afastar os auxiliares suspeitos de receberem recursos ilícitos do grupo Odebrecht. Outros 32% não souberam avaliar que atitude o peemedebista deveria tomar. Os dados foram levantados pelo Painel do Poder, ferramenta criada pelo Congresso em Foco para mostrar o que pensa e para onde vai o Legislativo brasileiro.
O apelo da cúpula do Legislativo, porém, não será atendido por Temer. “Não vou demitir ou exonerar porque alguém falou de outro”, disse o presidente nesta segunda-feira (17) em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. “Quando houver provas robustas, aí eu começo a tomar providências”, declarou. O peemedebista não descartou a possibilidade de algum ministro investigado pedir para deixar o governo. “É muito provável que alguns ministros achem que não podem continuar, sintam-se desconfortáveis no cargo e saiam dele”, acrescentou.
A pesquisa, feita antes da divulgação dos nomes dos novos investigados, ouviu 44 parlamentares, em entrevista estratificada. Participaram dela líderes partidários, integrantes das Mesas Diretoras, presidentes de comissões e influenciadores das principais bancadas temáticas. Entre os parlamentares entrevistados, 74% pertencem a partidos da base governista e 26% a legendas da oposição, espelhando a proporção entre aliados e oposicionistas no Congresso.
Serão investigados no Supremo após terem sido delatados pela Odebrecht os ministros:
- Eliseu Padilha (Casa Civil), do PMDB
- Moreira Franco (Secretaria de Governo), do PMDB
- Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia), do PSD
- Aloysio Nunes (Relações Exteriores), do PSDB
- Bruno Araújo (Cidades), do PSDB
- Blairo Maggi (Agricultura), do PP
- Helder Barbalho (Integração Nacional), do PMDB
- Marcos Pereira (Indústria e Comércio Exterior), do PRB