Tensão segue após noite violenta de confrontos e protestos em Kiev
200 mil se reuniram em praça em manifestação por entrada do país na UE.
Leis de repressão a manifestantes avivaram atos da oposição na Ucrânia.
A tensão entre os manifestantes pró-europeus e as forças de segurança seguia nesta segunda-feira (20) em Kiev, após uma noite de violentos confrontos e num momento em que o poder se comprometeu a criar uma comissão de conciliação.
Centenas de manifestantes seguiam pela manhã na Praça da Independência de Kiev, onde passaram a noite, e ainda eram registrados alguns confrontos, com lançamentos esporádicos de pedras ou coquetéis molotov por parte dos manifestantes contra as forças de segurança.
Quase 200 mil pessoas se reuniram no domingo (19) neste local, epicentro dos protestos que começaram em dezembro, quando o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, se negou a assinar um acordo de associação com a União Europeia (UE) e optou por uma aproximação com a Rússia.
Os protestos diminuíram após a assinatura de um acordo econômico com Moscou, mas a aprovação, no último dia 17, de uma série de leis que introduzem ou reforçam as sanções contra os manifestantes avivaram novamente os protestos da oposição.
Furgões da polícia invadidos
Durante a manifestação de domingo, alguns dos presentes tentaram romper o cerco policial para chegar ao Parlamento e tomaram furgões da polícia.
Em um exemplo de violência pouco frequente desde o início da contestação, atearam fogo em dois dos furgões e em cinco ônibus, e lançaram pedras e coquetéis molotov contra as forças de ordem, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo e golpes de cassetetes.
O ministério do Interior disse que quase 20 manifestantes vinculados a estes confrontos foram detidos. Os líderes da oposição, entre eles o boxeador Vitali Klitschko, pediram calma, mas o apelo foi pouco ouvido e eles inclusive receberam vaias da multidão, que os critica por não terem um plano de ação nem um verdadeiro líder.
Com o objetivo de alcançar um compromisso, Klitschko se reuniu com Yanukovich no domingo. O presidente ucraniano prometeu que o secretário do Conselho Nacional de Segurança, Andriy Klyuyev, irá criar uma comissão especial com representantes da oposição e que a primeira reunião será realizada na segunda-feira.
Da AFP