TJ de SP decide fazer novo júri de PMs envolvidos no massacre do Carandiru
No ano passado, dois desembargadores votaram pela anulação dos cinco julgamentos que condenaram 74 policiais militares pelos assassinatos de 77 detentos.
Do G1
Por quatro votos a um, o Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo decidiu nesta terça-feira (11) que os policiais militares envolvidos no massacre do Carandiru serão julgados novamente. Ocorrido após uma rebelião na Casa de Detenção na Zona Norte da capital, o incidente terminou com 111 detentos mortos em outubro de 1992 após a invasão de policiais armados para conter o tumulto. Caberá agora ao juiz de primeira instância do Fórum de Santana marcar data para novo julgamento e decidir se ele será feito em partes ou se será em apenas um júri.
Em setembro do ano passado, o TJ havia anulado, na segunda instância, os cinco júris do caso, ocorridos no Fórum da Barra Funda, que condenaram 74 agentes da Polícia Militar (PM) pelos assassinatos de 77 presos (os outros 34 presos teriam sido mortos pelos próprios colegas de celas).
Em 2016, três desembargadores haviam decidido anular o júri alegando que não era possível individualizar a conduta de cada um dos PMs envolvidos no massacre (saber, por exemplo, quantos detentos cada agente matou). O então relator, desembargador Ivan Sartori, ex-presidente do TJ, havia votado pela absolvição dos PMs.
Como, naquela ocasião, não houve consenso dos magistrados se deveria haver um novo júri ou absolver os policiais, o tribunal se reuniu nesta manhã para votar os embargos infringentes, espécie de recurso quando não há decisão unânime.