Treinador de escolinhas no Coque não colocava fé em Walter, do Goiás
O atacante Walter, artilheiro do Goiás na temporada com 28 gols, é uma das sensações do Campeonato Brasileiro. Elogiado pela crônica esportiva, idolatrado pelos esmeraldinos e cobiçado por vários clubes, o “gordinho” está no auge. O que pouca gente sabe é que, há 12 anos atrás, entre os garotos que jogavam bola no bairro do Coque, Zona Sul do Recife, Walter era apenas mais um.
De acordo com Antônio Francolino, 70 anos, responsável pela escolinha do Clube Recreativo Fernandinho, “Quico”, como Walter era conhecido, não mostrava nem de perto a categoria que tem hoje com a bola nos pés.
“Fui professor dele no Virgem, um time da comunidade, e nunca imaginei que Walter fosse se tornar o que é hoje. Naquela época ele já vivia acima do peso e não parecia ter talento suficiente para vingar no futebol.”, explicou.
Seu Francolino não acompanhou a evolução da carreira do atacante e confessa que tomou um susto quando o viu vestindo a camisa do Internacional, em 2010.
“Quando ele saiu do Recife, não tive mais notícias. São muitos garotos que passam por nós e é difícil ter informações de todo mundo. Quando o vi jogando pelo Inter, não acreditei. Era ele mesmo. O cara conseguiu, pensei.”
Apesar da fama, o camisa 18 do Goiás não nega a origem humilde, nem esquece de visitar os amigos de infância.
“Ele sempre vem aqui na época do Natal para jogar uma pelada de confraternização. No ano passado, até pegou emprestado um calção do uniforme do Fernandinho e não me devolveu. Mas tudo bem, o Walter merece, né?”
Na opinião do treinador, vários jogadores profissionais poderiam ser revelados nos campos do Coque, porém falta apoio financeiro e mais atenção dos olheiros e clubes do estado.
“Assim como o Walter, outros meninos poderiam se tornar grandes jogadores caso houvesse investimento. Mesmo assim, ainda conseguimos formar bons valores. O Éverton Heleno, volante do Santa Cruz, e o Welton, meia do Sport, são a prova disso. Ambos deram os primeiros passos aqui no campo do Barro.”
Do Blog do Torcedor