Último suspeito da morte de cirurgião no Recife é identificado
Dois homens envolvidos em assalto foram identificados como executores.
Um deles está preso, desde o dia 15 de julho; o outro está foragido.
Dois dos suspeitos envolvidos na tentativa de assalto a um carro forte no Shopping Guararapes, em Jaboatão, em que uma idosa morreu baleada, em junho deste ano, foram identificados como executores do assassinato cirurgião Artur Eugênio. Ele foi morto depois de ter sido arrastado por dois homens na entrada do prédio onde morava, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na noite do dia 12 de maio. Apenas um deles foi preso, no dia 15 de julho; o outro está foragido.
Segundo a Polícia Civil, a ligação entre os participantes dos crimes foi descoberta por coincidência durante as investigações. A confirmação foi feita em coletiva na manhã desta sexta (18), com a apresentação da prisão de cinco pessoas envolvidas na tentativa de assalto no estacionamento do shopping. Um policial militar licenciado, de 40 anos, está entre os detidos.
Os dois homens identificados pela polícia como suspeitos no caso do médico foram os responsáveis por dirigir o carro da vítima até o local onde ele foi executado, além de terem participado do assassinato. Os detalhes em torno da investigação do homicídio vão ficar a cargo da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). “Foi coincidência ter encontrado o suspeito do assassinato do médico. No dia do assalto no shopping, foram utilizado três veículos – um Fiat Doblô, um Gol prata e um Voyage branco. Esse último foi encontrado na rua da casa de um dos suspeitos do assassinato do médico, depois do assalto. Conforme a investigação foi evoluindo, tivemos informações de que ele teria participado do homicídio do médico”, explica o delegado Mauro Cabral, do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri).
Assalto em shopping
A tentativa de assalto aconteceu no dia 2 de junho, por volta das 9h, no Shopping Guararapes. No mesmo dia, um dos suspeitos foi preso em flagrante, através de testes feitos para averiguar se havia chumbo na mão. Ele já era envolvido com tráfico de drogas e homicídios.
“Dias depois nós prendemos mais um suspeito que, como vemos nas imagens, aparece em plena ação no shopping, atirando contra os seguranças. Ele estava na praia de Calhetas com um veículo roubado. Ele estava com mais duas pessoas e os três foram presos em flagrante por posse de arma, alteração de veículo e receptação. Não tem como afirmar que esses dois homens estavam no assalto também”, analisa.
Com antecedentes criminais (homicídios e assaltos), outro dos suspeitos presos estava em prisão domiciliar, por causa de um transplante de rim, e usava uma tornozeleira eletrônica. O dispositivo ficou sem funcionar na hora em que o assalto acontecia e, conforme a investigação, o homem teria quebrado a tornozeleira e fugido logo após a frustração com o assalto. O policial militar foi preso em Jaboatão dos Guararapes, no dia 27 de junho, e não possui antecedentes criminais.
Os detidos têm 40, 32, 26 e 22 anos; dois foram presos no Recife, e os demais foram detidos no Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes e Igarassu, em junho e julho. Eles foram encaminhados para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife.
Em vídeo divulgado pelo Depatri do momento exato em que a tentativa de assalto aconteceu no estacionamento do shopping, foi possível identificar seis pessoas envolvidas, mas Cabral acredita que a ação contou com o apoio de mais dois suspeitos. Até que todos sejam identificados, a investigação continua.
Andamento do caso do médico
O médico Cláudio Amaro Gomes e o filho, Cláudio Amaro Gomes Júnior, são suspeitos de planejar a morte do cirurgião Artur Eugênio, que foi arrastado por dois homens na entrada do prédio onde morava, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na noite do dia 12 de maio. O corpo dele foi encontrado no dia seguinte, com quatro marcas de tiro, às margens da rodovia BR-101, em Jaboatão dos Guararapes. O carro da vítima foi queimado e abandonado no bairro da Guabiraba, Zona Norte do Recife.
As investigações apontam que Cláudio Gomes e Artur, que já trabalharam juntos, tinham divergências profissionais, o que teria motivado o crime. Cláudio e o filho devem ser indiciados por sequestro, homicídio duplamente qualificado, roubo e associação criminosa.
Artur era paraibano e atuava no Hospital de Câncer de Pernambuco, Hospital das Clínicas, Imip e Português. Ele tinha família em Campina Grande e era formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O médico era benquisto e descrito como uma pessoa calma – o corpo dele foi enterrado no dia 15 de maio, em Campina Grande.