Vigário geral destaca álcool, infidelidade e redes sociais como vilões da família
Por André Luis
Hoje existem inúmeros desafios para os pais, o mundo exterior, as redes sociais, os celulares modernos, os jogos; a família se sente cada vez mais desafiada a educar, a manter uma estabilidade matrimonial e a acompanhar os filhos.
De fato por melhor intencionada que seja a família é cada vez maior o desafio de formar os filhos, de constituir a concepção plena a luz do que Deus mandou, do que Jesus ensinou e do que a igreja defende?
Para responder essa questão e fazer um aconselhamento familiar, o vigário geral da Diocese de Afogados da Ingazeira e pároco de Flores, monsenhor João Carlos Acioly, esteve nos estúdios da Rádio Pajeú, onde conversou com o comunicador Nill Júnior, durante o Debate das Dez desta terça-feira (14).
Experiente no assunto, pois realiza trabalho de acompanhamento familiar, além de palestrar para grupos como o Encontro de Casais com Cristo – ECC, dentre outros, monsenhor João Carlos ou padre João como é conhecido, disse que pensou em três temas para nortear a reflexão: família, esperanças e desafios.
“Esperanças porque nós, graças a Deus, temos fé e testemunhamos a nossa fé nos momentos desafiadores da vida, mas também nos momentos de felicidade, não existe nenhuma vida plenamente feliz, nem nenhuma uma vida plenamente amargurada, esses extremos na vida humana não existem e acaso existirem, não é o momento real”, disse padre João.
Padre João lembrou de algumas coisas boas que existem nas famílias, como, o lado solidário que faz com que umas famílias ajudem a outras nos momentos de fragilidade e disse que: “dizer que existem coisas boas, momentos bons, não é negar os desafios, mas também precisamos nos encher de coisas concretas. Nunca existiu família sem problemas, o importante é que temos que ter maturidade para em cada momento nos comportarmos de forma amadurecida, de forma racional e não de forma emotiva”, disse.
Monsenhor também falou da importância da união das famílias, dos filhos ajudarem aos pais, pedirem a benção, respeitá-los e destacou a importância das famílias se reunirem a mesa para as refeições.
Falando sobre os desafios familiares, padre João destacou três como sendo principais motivos de conflitos familiares, o álcool, a infidelidade e as redes sociais.
Segundo o vigário, o álcool está no topo dos desafios enfrentados pelas famílias e é o maior responsável pelo descontrole familiar: “o que existe de famílias prejudicadas por causa do álcool e de outras drogas e é importante lembrar que quando falamos ‘outras drogas’ nos referimos às ilícitas, visto que o álcool é considerado uma droga licita que é uma doença e que tem afetado demais as nossas famílias. A bebida leva ao que? Ao descontrole familiar, a violência contra a mulher, contra a criança, contra as pessoas, então o álcool continua sendo uma droga que atrapalha as nossas famílias”, disse monsenhor João.
Outro ponto colocado pelo vigário geral é a infidelidade, que segundo ele é fruto do álcool e das outras drogas: “então quando chega o clima de mentira na família a falta de diálogo acaba-se aí a paz familiar e hoje a infidelidade é tanto do lado masculino como do lado feminino”.
Outro ponto colocado por monsenhor são as redes sociais: “o que tem de conflito familiar causado pelas redes sociais… hoje ninguém conversa mais, (sendo bem pessimista). Na hora das refeições que é o momento do encontro da família, de olhar no rosto do outro, está lá um com uma mão no garfo e outra no celular. Nossas famílias estão sendo instrumentalizadas por estas redes sociais e aí é um convite aos pais, a manter a sua autoridade e não se deixar levar pelo filho que agride o pai e a mãe pra comprar um celular. Pode faltar comida, remédio, pode faltar tudo, mas a casa, pobre que seja tem um celular e as crianças às vezes tem então isso é o que? Alienação”.
Padre João nega os benefícios da tecnologia, mas chama a atenção para que seja usada com responsabilidade: o problema é que nos vivemos no extremismo, não vamos negar que a tecnologia é uma coisa boa, bonita e necessária, agora o desequilíbrio e a dependência da tecnologia é que desumaniza as pessoas.
Ouça abaixo na íntegra como foi o debate com o monsenhor João Carlos: